Um dia, um mendigo esfarrapado estava se arrastando de casa em casa, carregando uma malinha velha; em cada porta, pedia alguns centavos para comprar comida.
Queixava-se da vida, imaginando por que as pessoas que tinham bastante dinheiro nunca estavam satisfeitas, sempre querendo mais.
– Por exemplo, o dono desta casa – disse – , eu o conheço muito bem. Sempre foi bem nos negócios e, há muito tempo, ficou imensamente rico. Pena que não teve a sabedoria de parar por ali. Podia Ter transferido os negócios a outra pessoa e passado o resto da vida descansando. Mas, em vez disso, o que foi que ele fez? Resolveu construir navios, enviando-os para comerciar com países estrangeiros. Pensou que ia ganhar montanhas em ouro.
“Mas caíram fortes tempestades; os navios naufragaram e toda a sua riqueza foi engolida pelas ondas. Agora, todas as suas esperanças jazem no fundo do mar, e sua grande riqueza desapareceu, como se acordasse de um sonho.”
“Há muitos casos como esse. Os homens nunca ficam satisfeitos enquanto não conseguem ganhar o mundo inteiro!”
“Quanto a mim, se tivesse o suficiente para comer e me vestir, não ia querer mais nada!”
Nesse momento, a Fortuna veio descendo a rua e parou quando viu o mendigo. Disse-lhe:
– Escute! Há muito tempo venho querendo ajudá-lo. Segure sua malinha enquanto eu despejo umas moedas de ouro nela. Mas só faço isso com uma condição: o que ficar na malinha será ouro puro, mas o que cair no chão vai virar poeira. Está compreendendo?
– Sim, sim, claro que compreendo – disse o mendigo.
– Então tome cuidado – disse a fortuna. – Sua malinha está velha, é melhor não a encher muito.
O mendigo estava tão contente que mal podia esperar. Abriu rapidamente a malinha e uma torrente de moedas de ouro foi despejada ali dentro. Logo, a malinha foi ficando muito pesada.
– Já é o bastante? – perguntou a Fortuna.
– Ainda não.
– Mas ela já não está rachando?
– Que nada!
As mãos do mendigo começaram a tremer. Ah, se a torrente de ouro pudesse fluir para sempre!
– Agora você já é o homem mais rico do mundo!
– Só mais um pouquinho – disse o mendigo. – Só mais uns punhados.
– Pronto, já está cheia. Essa malinha vai explodir!
– Mas ainda aguenta um pouquinho, só mais um pouquinho!
Caiu mais uma moeda – e a malinha estourou. O tesouro caiu ao chão e virou poeira. A Fortuna havia desvanecido.
Agora, o mendigo só tinha mesmo a malinha vazia, ainda por cima rasgada de alto abaixo. Estava mais pobre do que antes.
(Do livro: O Livro das Virtudes II – O Compasso Moral, William J. Bennett – Editora Nova Fronteira)
Pense nisso e viva melhor!
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Fonte: https://motivacaoefoco.com.br/fortuna-e-o-mendigo/
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